Boa leitura e eduquem-se!
Não Precisa Acontecer...
Victoria Stilwell nos brinda com mais um artigo. Desta vez, ela discorreu sobre um fato que ocorreu em Jacksonville, Florida, onde o Pit Bull da família atacou e matou o segundo filho do casal, de apenas quatro dias. O animal foi levado pelo CCZ e sacrificado no dia seguinte.
A família disse que o cão sempre foi muito amigável e nunca houve qualquer sinal de agressividade, nem mesmo contra o outro filho do casal, de quatro anos. Agora, querem investigar o que determinou o ataque e se o cão mostrou algum sinal de aviso. Victoria diz que uma coisa não passa pela mente das pessoas: por que a parte mais importante do caso foi “destruída” tão rápido? Você pode falar com os pais, amigos e vizinhos. Ouve as pessoas do CCZ falarem que o cão era muito agressivo. Bom, e quem não ficaria agressivo se um bando de gente estranha viesse te pegar? Se fosse com você, não se assustaria e reagiria de forma agressiva também? Ela se pergunta: por que o cão foi eutanasiado sem antes ser avaliado por um comportamentalista? Sacrificaram o cão menos de 24h depois que o ataque aconteceu, então Victoria acredita que ninguém foi avaliá-lo corretamente e, se alguém o tivesse visto, 24h não é tempo suficiente para fazer um teste de temperamento completo e avaliar o motivo pelo qual o ataque aconteceu. O cão pode nem ter se comportado de modo agressivo – pode ter sido estimulado pelos choros do bebê, que podem ter parecido com o som de um brinquedo e o cão foi brincar. Todos os “pode” e “se” são somente isto, pois o cão não está mais vivo para ser avaliado. Então, nunca se saberá o que de fato aconteceu.
Victoria esclarece: ela não quer dizer que o cão foi uma vítima e nem defende suas ações. Ela inclusive concorda que o cão deve ser sacrificado se for comprovado que é perigoso – depois de todos as avaliações possíveis e imagináveis feitas e mostrando claramente o quão perigoso é o cão. Mas, para se evitar mais tragédias como estas no futuro, deve-se descobrir o que acarreta um evento tão violento assim e sabermos porque os cães podem matar desta maneira. Pode ser cruel manter o cão vivo por muito tempo por causa do estresse dele estar longe da família e fazer avaliações em um abrigo, ou canil municipal, pode ser extremamente difícil por conta disso, mas, se um profissional é capaz de estudar este cão, ele deve dar informações valiosas para serem compartilhadas e usadas para prevenir futuros ataques.
Educação é a palavra-chave. Muitas crianças são mordidas ou até mesmo mortas pelo cão da família e já é hora de espalhar a mensagem sobre segurança e responsabilidade no quesito crianças e cães. Cães e crianças não devem ficar sozinhos, sem supervisão, NUNCA! Deixá-los sozinhos é receita para um desastre acontecer. Ficar junto quando os dois estão brincando e separá-los quando não se pode mais supervisioná-los é algo que deve ser feito SEMPRE. Siga esta regra simples e bebês e crianças ficarão seguros e felizes com seu cão de estimação. A vida muda quando o bebê chega em casa e certos ajustes precisam ser feitos para que todos da casa – incluindo o novo bebê e o cão – estejam seguros e protegidos um do outro (sim, as crianças podem machucar os cães também).
E para aqueles que acham que os Pit Bulls sejam banidos, isso não adianta em nada! A Inglaterra, outros países e certos estados dos Estados Unidos baniram os Pit Bulls e raças assemelhadas há décadas e crianças ainda são atacadas por cães. E o que é pior: os números de casos só aumentam. Banir raças não resolve o problema. É preciso focar nos donos dos cães e na sua responsabilidade de cuidar deles. Vamos nos concentrar na ação e não nas raças e nos educar (e aos outros) para manter nossos filhos seguros perto de nossos cães. Afinal, não são todos parte da família?
Foto: Suzie e Letícia brincam juntas, sempre sob supervisão. Por mais que o cão seja bonzinho, não se deve confiar deixá-lo só com uma criança.